“Ser espontâneo apenas significa ser coerente consigo mesmo” (Fayga Ostrower)
A espontaneidade é um aspecto natural da criança, assim como a própria criatividade. Em certa altura da vida, entendemos que a nossa espontaneidade não está de acordo com o que se espera em certas convenções sociais, ou com um olhar de desaprovação dos pais.
O fato é que, a medida que crescemos, deixamos a criatividade na gaveta, e o movimento espontâneo em algum lugar da nossa infância. O resultado é um afastamento e desconexão do ser genuíno, que vive de acordo com a sua verdade e tem a vida permeada de sentido.
O resgate da espontaneidade se faz ao encontrar em algum lugar dentro de nós mesmos a criança arquetípica, aquela que tem a alegria genuína, que tem a simplicidade no olhar para enxergar a beleza no mundo e o impulso para novas descobertas.
Na Arteterapia, nos permitimos ser espontâneos novamente. Cada gesto de criação é validado pela sua autenticidade. Cada percepção que surge no diálogo entre as imagens das produções e o autor é impulsionado pelo desejo de descobrir-se, de revelar-se a si mesmo. Dessa forma, vamos tecendo o reencontro com a nossa criança divina. Entre fios coloridos, tramas que entrelaçam um desejo, um ressignificar de história, um sonho, o entusiasmo pelas novas possibilidades de se reinventar.
Como a sua criança divina, espontânea e criativa se manifesta hoje na sua vida?
Tati Terres