Imagem: Katharina Jung
“Quando digo que é preciso deixar o outro livre, inclusive para não te amar, isso é um jogo de palavras, porque o que ocorre é que você se torna livre. Você se liberta. E estando livre, você não se incomoda com as escolhas do outro, porque liberdade respeita liberdade. É o amor que te liberta, pois somente ele tem essa capacidade de deixar o outro livre.” Sri Prem Baba
Temos a tendência a acreditar que a felicidade é algo que chegará junto com um objetivo alcançado: a conquista de um emprego, uma casa nova, ou alguém que chegará para completar nossa vida e atender nossas exigências e expectativas em relação ao amor. Sobretudo nas relações amorosas, nossas expectativas são construídas a partir do nosso “animus” ou “anima” projetado no parceiro (a).
De acordo com a Psicologia Analítica de Carl G. Jung, anima e animus são aspectos inconscientes de um indivíduo, opostos à persona, ou aspecto consciente da Personalidade. No homem, essa personalidade mais inconsciente feminina se chama anima e na mulher essa personalidade interna masculina se chama animus. Para Jung, a primeira projeção da anima é feita na mãe, e do animus feita no pai.
Em nosso relacionamento afetivo encontramos o homem e a mulher real, cada um com sua bagagem de experiências, suas qualidades e suas sombras. Todos esses aspectos são atravessados por nossas projeções, desejos e expectativas em relação ao outro; e quando somos frustrados, muitas vezes, o que chamamos de amor pode se transformar em ódio dirigido ao “objeto de amor”.
É preciso deixar o outro livre inclusive para não te amar, liberdade respeita liberdade e o amor só pode ser amor, é ele que nos liberta das expectativas que geram frustrações em relação aos outros.
Para alcançarmos a maturidade em nossos relacionamentos, é preciso que estejamos prontos a nos conhecer, a mergulhar em nossas sombras, trazer à tona conteúdos inconscientes que estejam nos impedindo de nos reconhecer como autores da nossa própria vida. O autoconhecimento é um caminho para a autorresponsabilidade, e para o amor maduro.
Tati Terres