“O antigo conto russo de ‘Vasalisa’ é a história praticamente intacta da iniciação de uma mulher. Ele trata da percepção de que a maioria das coisas não é o que parece. Como mulheres, recorremos à nossa intuição e nossos instintos para farejar tudo. Usamos nossos sentidos para espremer a verdade das coisas, para extrair o alimento das ideias, para ver o que há para ser visto, para conhecer o que há para ser conhecido, para ser as guardiãs do fogo criativo e para ter uma compreensão íntima dos ciclos de vida-morte-vida de toda a natureza – assim é uma mulher iniciada.” (Clarissa Estés)


 

A utilização de histórias no processo terapêutico visa atingir camadas mais profundas da psique, através do universo simbólico contido nas narrativas de contos e lendas. Para Jung, os mitos e contos de fadas expressam processos inconscientes, e escutá-los faz com que tais processos se tornem atuantes, fazendo a conexão entre consciente e inconsciente.

“O antigo conto russo de ‘Vasalisa’ é a história praticamente intacta da iniciação de uma mulher. Ele trata da percepção de que a maioria das coisas não é o que parece. Como mulheres, recorremos à nossa intuição e nossos instintos para farejar tudo. Usamos nossos sentidos para espremer a verdade das coisas, para extrair o alimento das ideias, para ver o que há para ser visto, para conhecer o que há para ser conhecido, para ser as guardiãs do fogo criativo e para ter uma compreensão íntima dos ciclos de vida-morte-vida de toda a natureza – assim é uma mulher iniciada.” (Clarissa Estés)

Clarissa Estés elenca 9 tarefas que descrevem o amadurecimento da psique no processo de individuação:

1ª tarefa: Permitir a morte da mãe boa demais – Sair da proteção e do conforto do colo da grande mãe é sem dúvida o início do amadurecimento, do crescimento e autoresponsabilidade.

2ª tarefa: Denunciar a natureza sombria – Reconhecer os aspectos sombrios, que aparecem nas figuras da madrasta e das filhas, é nesse contato que Vasalisa se atreve a entrar na floresta (o inconsciente).

3ª tarefa: Navegar nas trevas – desenvolver a sensibilidade e a intuição, Vasalisa segue as orientações da boneca que carrega no bolso, seu instinto intuitivo.

4ª tarefa: Encarar a megera selvagem – o encontro com a Baba Yaga. Esse aspecto da psique surge para mostrar que o excesso de obediência pode não ser saudável, permitir que a criança frágil e boazinha demais vá desaparecendo.

5ª tarefa: Servir o não racional – Vasalisa cumpre as tarefas impostas por Baba Yaga, limpar, escolher, alimentar (o poder das purificações interiores).

6ª tarefa: Separar isso daquilo – trabalhar o discernimento.

7ª tarefa: Perguntar sobre os mistérios – aprender sobre o ciclo vida-morte-vida.

8ª tarefa: De pé nas quatro patas – “assumir um poder imenso de ver e afetar os outros. Ver as situações da própria vida com essa nova luz”

9ª tarefa: Reformular a sombra – “usar a própria visão aguçada para reconhecer a sombra negativa da nossa própria psique e/ou aspectos negativos das pessoas e acontecimentos do mundo exterior bem como para reagir a eles”

 

 

2 respostas

  1. As nove tarefas do amadurecimento da psiquê no processo de individuação.
    Vasalisa é um conto que nos mostra que as coisas na maioria das vezes não é o que aparece ser.
    Usamos nossos sentidos para espremer a verdade das coisas, para extrair o alimento das ideias, para ver o que há para ser visto, para conhecer o que há para ser conhecido, para ser as guardiãs do fogo criativo e para ter uma compreensão íntima dos ciclos de vida-morte-vida de toda a natureza – assim é uma mulher iniciada.” (Clarissa Estés)
    Gratidão

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