Fonte: https://www.facebook.com/reflexoesterapeuticas/


 

Acredito que, por muitas eras, o homem distorceu o poder divino que lhe foi concedido e acabou sobrepujando as mulheres e a própria Mãe Terra. O desequilíbrio do masculino se refletiu em desequilíbrio do feminino. Resultado? Guerras, lutas por poder, dinheiro e sexo, desordem em todos os níveis, caos planetário. A humanidade e a natureza se ressentem desses abusos e exibem suas feridas. 

Os cientistas provam que as distorções, captadas inconscientemente, ficam registradas em nosso DNA e são transmitidas de geração em geração. Acabamos nos tornando reféns da repetição de comportamentos e crenças recebidas por nossos pais, associadas às informações assimiladas por nós mesmos ao longo da vida. 

Muito se fala do resgate do Sagrado Feminino — e das características predominantes nas mulheres como suavidade, acolhimento, cuidado, flexibilidade, intuição — para despertar nos homens o contato com o coração, a compaixão e as transformações necessárias para a cura do planeta. Mas quase nunca ouço falar da importância do Sagrado Masculino neste processo. 

Considerando que homens e mulheres são constituídos tanto de masculino (pai) quanto de feminino (mãe), com toda a herança genética que eles nos trazem, era fácil supor que a guerra ancestral existia dentro de mim. 

Nunca tive dúvidas de que precisava tomar consciência do que estava fora do lugar pra poder corrigir. Aos poucos fui observando o quanto me distanciava do feminino e do masculino saudáveis.

Mergulhada na guerra interna, não percebia o quanto o Sagrado Masculino poderia me ajudar. Masculino saudável traz segurança, clareza, objetividade, foco, impulso para a ação e reconhece o feminino que carrega em si — oferecendo amor, carinho, cuidado e gentileza aos que estão a sua volta — sem abrir mão de suas próprias qualidades.

Não enxergava essa parte saudável e sentia como se o masculino fosse um inimigo para quem não poderia ceder espaço, sob pena de perder o território que o feminino ocupava em mim — precisava me defender. Sem querer, repetia o padrão, me enfraquecendo por não ser capaz de usar o poder que me pertencia, e acabava alimentando o conflito. Ainda perdia a chance de acessar as habilidades que me possibilitariam colocar os pés no chão e ter foco para realizar as ações capazes de concretizar sonhos.

Por acaso notei que a música “Soldier of Love” expressa exatamente o que acontecia dentro de mim, obviamente se refletindo no externo. Ela narra o drama de um “soldado do amor” que suplica a rendição de uma mulher, pedindo que ela abaixe as armas e use os braços para amá-lo e acariciá-lo. Ele explica que não há razão para declarar guerra àquele que tanto a ama e afirma que as armas que ela usa o ferem profundamente. Ele jura que seu amor é verdadeiro e pede que ela deixe o campo de batalha para amá-lo pacificamente. O soldado permanece firme, pois acredita que um dia ela irá se render.

Ouvir a música, e me dar conta da guerra interna, automaticamente me fez baixar as armas e sentir imensa gratidão por todos os soldados do amor que inutilmente tentaram me tirar do campo de batalha. Eu simplesmente não sabia que estava lá. Tampouco notava que meu feminino saudável mal existia. 

Reverencio o Sagrado Masculino capaz de despertar o Sagrado Feminino que me habita. Agradeço cada gesto de carinho e reconheço o sofrimento experimentado por ambas as partes nessa guerra que parecia sem fim.

Aos amados homens, guerreiros do amor, peço que nunca desistam da sua doçura. Tomar consciência do que eu vivia foi muito mais difícil do que dizer: EU ME RENDO. O planeta agradece.

Com amor,

Bárbara Eiras

 

 

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