Pintura: Christian Seybold
“Quando uma pessoa vive de verdade, todos os outros também vivem.” ou seja, quando uma criatura resolve se dedicar a viver do modo mais pleno possível, muitas outras que estiverem por perto se “deixarão contagiar”. (A CIRANDA DAS MULHERES SÁBIAS – Clarissa Pinkola Estés)
“O arquétipo da mulher sábia pertence a mulheres de todas as idades e se manifesta sob formas e aspectos singulares na vida de cada mulher. Falar da imagem profunda da grande avó como um dos principais aspectos do arquétipo da mulher sábia não é falar de alguma idade cronológica ou de algum estágio na vida das mulheres. A grande perspicácia, a grande capacidade de premonição, a grande paz, expansividade, sensualidade, a grande criatividade, argúcia e coragem para o aprendizado, ou seja, ser sábia não chega de repente perfeitamente formada e se amolda como uma capa sobre os ombros de uma mulher de determinada idade. A grande clareza e percepção, o grande amor que tem magnitude, o grande autoconhecimento que tem profundidade e amplitude, a expansão da aplicação refinada da sabedoria… tudo isso é sempre uma “obra em andamento”, não importa quantos anos de vida a mulher tenha acumulado”. (A CIRANDA DAS MULHERES SÁBIAS – Clarissa Pinkola Estés)
Todos nós já passamos por momentos de conflitos e angústias existenciais em fases da vida onde precisamos nos conectar com aquele aspecto da nossa alma que sabe exatamente a direção certa a seguir. Muitas vezes esse aspecto pode se manifestar em forma de intuição, e pagamos um preço quando deixamos de escutar essa voz interna.
Essa sabedoria inata pode ser identificada como o arquétipo da mulher sábia, simbolicamente representada na imagem da velha sábia, “aquela que sabe”. Como aponta Clarissa, somos “obras em andamento”, e nossa sabedoria é a interseção das vivências adquiridas com um aspecto mais profundo da nossa alma.
Seguir o caminho que nos deixa mais vibrantes e felizes, com aquela certeza que estamos onde nosso coração deseja, é conectarmo-nos com o arquétipo da mulher sábia.
Há momentos em que deixamos que as circunstâncias ou alguém decida por onde devemos seguir, seja por insegurança ou medo de se responsabilizar pelas próprias escolhas. Dessa forma, seguimos deslocadas do nosso lugar, como se não estivéssemos de acordo com o desejo da nossa alma. Seja a escolha de uma profissão, um casamento, ou as relações que estabelecemos e lugares que frequentamos.
“Quando uma pessoa vive de verdade, todos os outros também vivem.” ou seja, quando uma criatura resolve se dedicar a viver do modo mais pleno possível, muitas outras que estiverem por perto se “deixarão contagiar”. (Ciranda das mulheres sábias)
“Viver de verdade” se refere a viver a vida de modo que algo de essencial da nossa singularidade permeie as nossas relações e nosso fazer no mundo. É quando nos tornamos inspiração para que outros vivam de acordo com o caminho do coração.
Na tradição dos povos indígenas da América do Norte, o caminho do coração é o caminho do norte, para onde a bússola aponta e devemos seguir. Por isso dizemos que quando alguém está “desnorteado” é porque está perdido em relação ao seu caminho, gerando tristeza e falta de sentido na vida.
Onde nosso coração vibra mais forte é onde devemos estar! Esse caminho, apesar de individual, é o que nos conecta com toda a existência; não conseguimos viver nossa missão de vida se estamos em desacordo com o caminho do coração.
Chame o arquétipo da velha sábia para lhe ajudar a entender os caminhos que sua alma deseja percorrer!
Tati Terres