Imagem: Diggie Vitt
“Existem ocasiões em que se torna imperioso liberar uma raiva que abale os céus. Existe a ocasião – muito embora seja rara, um dia decididamente ela aparece – para se liberar todo o poder de fogo que se tem. É preciso que seja em reação a alguma ofensa grave, que tenha peso e ataque a alma ou o espírito. Todos os outros caminhos razoáveis para a mudança devem ser tentados primeiro. Se eles fracassarem, teremos de escolher a hora certa. Existe sem a menor dúvida a hora adequada para soltar a raiva a todo vapor”. (Clarissa Pinkola Estés)
“Ofereça a outra face, ou seja, ficar calada diante da injustiça ou da desconsideração, é uma atitude a ser avaliada com muito cuidado. É uma coisa usar a resistência passiva como arma política da forma que Gandhi ensinou multidões a fazer; já é bem diferente o fato de a mulher ser incentivada ou forçada a se calar para poder sobreviver a uma situação insuportável de poder corrupto ou injusto na família, na comunidade ou no mundo. As mulheres nesse caso são isoladas da natureza selvagem, e seu silêncio não é de serenidade, mas representa uma enorme defesa para não sofrer violência. É um erro que os outros considerem que, só porque a mulher está calada, isso quer dizer que ela aprova a vida que leva.
Existem ocasiões em que se torna imperioso liberar uma raiva que abale os céus. Existe a ocasião – muito embora seja rara, um dia decididamente ela aparece – para se liberar todo o poder de fogo que se tem. É preciso que seja em reação a alguma ofensa grave, que tenha peso e ataque a alma ou o espírito. Todos os outros caminhos razoáveis para a mudança devem ser tentados primeiro. Se eles fracassarem, teremos de escolher a hora certa. Existe sem a menor dúvida a hora adequada para soltar a raiva a todo vapor.” (ESTÉS, Clarissa, p. 406)
(O trecho acima foi retirado do livro “Mulheres Que Correm Com Os Lobos” da autora Clarissa Pinkola Estés).
A raiva é uma das emoções primárias comum a todos os seres humanos. Comumente sentimos raiva quando entendemos que a situação não é como deveria ser e somos atravessados por um sentimento de injustiça. Claro que, nem sempre a emoção surge de uma interpretação coerente dos fatos, mas podemos, assim como propõem a analista junguiana Clarissa Estés, observar o que a nossa raiva tem para nos ensinar.
Qual a ferida por trás da raiva? Quais as injustiças que foram sufocadas e ganham carga afetiva quando a raiva surge sem controle?
A raiva também pode ser um recurso que leva ao movimento, à ativação do poder de fogo. Assim como ao usar o poder e a força, devemos buscar a sabedoria interna para usar o poder do fogo pessoal. O fogo é um elemento alquímico de transformação e purificação, mas também pode ser avassalador e destruidor.
Tati Terres
Muito bom, todo o texto retirado da Clarissa.
Olá Mariana,
Os dois primeiros parágrafos foram retirados do livro da Clarissa P. Estés, conforme estava indicado com o nome da autora entre parênteses. Coloquei entre “aspas” e com a indicação da página, para ficar melhor identificado.
O restante do texto é um comentário reflexivo meu sobre o texto da Clarissa.
Grata pelo comentário! Abraço!