Imagem: Bethany Cannon
Ter imaginação “é gozar de uma riqueza interior, de um fluxo ininterrupto e espontâneo de imagens”. (…) “Ter imaginação é ver o mundo na sua totalidade; pois as imagens têm o poder e a missão de mostrar tudo que permanece refratário ao conceito”. Deste modo, desprendemos por sua ótica que a ruína humana decorre da falta de imaginação, porque sem ela o homem fica como que cortado de sua “realidade profunda de vida e da sua própria alma” (ELIADE, apud URRUTIGARAY, p. 36, 2008, em Arteterapia: A transformação pessoal pelas imagens)
A relevância do desenvolvimento da criatividade transcende nosso conceito comum, que relaciona seres criativos com artistas, pessoas com “dons artísticos”. Ter imaginação e criatividade atinge diferentes aspectos da nossa vida, está associada também a resolução de problemas na nossa vida cotidiana. Quais as saídas criativas que encontramos para solucionar nossos desafios diários?
É interessante notar que a criança possui uma imaginação inata. A imaginação passa para ação, tornando-se criatividade. Quando trabalho com o recurso da sucata, materiais recicláveis, com crianças, é extremamente maravilhoso observar a riqueza da imaginação sendo expressa em materiais tão simples. Uma caixa pode ser um carro, uma cama, um capacete, e tantas coisas inimagináveis para nossa mente enrijecidamente adulta.
Nossa “falta” de criatividade está muito relacionada com nosso percurso até a vida adulta, com as experiências que tivemos, até nos distanciarmos do nosso ser criativo.
Escutar nossa criança criativa é descobrir que somos todos originalmente criativos. Pois, a imaginação nos conduz ao campo das possibilidades criativas. Onde encontramos recursos para sonhar, e viver a vida com mais cores.
A Arteterapia nos auxilia a entrar em contato com o mundo imagético, nos conectando com nossa realidade interior. E dessa forma, encontrar os meios criativos que nos permitem viver a vida com mais leveza e saúde.
Tati Terres
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