“Esse fenômeno pode nos causar estranheza, espanto, e nos despertar para a comunicação sutil, percebendo esses eventos externos e internos que se relacionam e se manifestam de forma simultânea, e o que eles querem nos comunicar. Nossa intuição também se manifesta de forma sutil, indicando caminhos, como uma guia de sabedoria para as nossas ações.”

 


 

Jung criou o termo sincronicidade para designar “a coincidência no tempo de dois ou mais acontecimentos não relacionados causalmente, mas tendo significação idêntica ou similar, em contraste com o sincronismo que simplesmente indica a ocorrência simultânea de dois acontecimentos”. A sincronicidade, portanto, caracteriza-se pela ocorrência de coincidências significativas. Vejamos um exemplo citado por Jung. Trata-se de uma mulher, jovem e culta, cuja análise não progredia devido a seu excessivo racionalismo. “Um dia eu estava sentado diante dela, de costas para a janela, ouvindo sua habitual torrente de retórica. Ela tivera, na noite anterior, um sonho impressionante, no qual alguém lhe dava um escaravelho de ouro, joia de alto preço. Enquanto narrava-me este sonho, ouvi leves batidas no vidro da janela, Voltei-me e vi um grande inseto batendo de encontro à janela, no evidente esforço para penetrar na sala escura. Isso me pareceu estranho. Abri a janela e apanhei o inseto no ar. Era um besouro das rosas (cetonia aurata) cuja cor verde dourada aproxima-se de perto da cor do escaravelho dourado. Entreguei o inseto a minha paciente, dizendo: “Aqui está seu escaravelho”. Esta experiência abriu a desejada brecha no seu racionalismo e quebrou o gelo de sua resistência intelectual. O tratamento pôde então continuar com resultados satisfatórios”. (Jung Vida e Obra – Nise da Silveira)

Você já vivenciou esse fenômeno chamado sincronicidade?

Esse fenômeno pode nos causar estranheza, espanto, e nos despertar para a comunicação sutil, percebendo esses eventos externos e internos que se relacionam e se manifestam de forma simultânea, e o que eles querem nos comunicar. Nossa intuição também se manifesta de forma sutil, indicando caminhos, como uma guia de sabedoria para as nossas ações.

Na Arteterapia, não só o nosso intelecto se faz presente, ativamos o sentir, o pensar, o agir. A busca da harmonia está sempre presente para viver a nossa inteireza.

 

Tati Terres

 


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