“No fundo, a terapia só começa realmente quando o paciente vê que quem lhe barra o caminho não é mais pai e mãe, mas sim ele próprio, isto é, uma parte inconsciente de sua personalidade que continua desempenhando o papel de pai e mãe. Por maior que seja a utilidade desse conhecimento, ele ainda é negativo, pois diz apenas: ‘Reconheço que não são meus pais que estão contra mim, mas eu mesmo’. Mas quem é que se opõe nele? Que parte misteriosa de sua personalidade é essa que se escondeu por detrás das imagens de pai e mãe e que por tanto tempo o fez acreditar que a origem do mal o atacou de fora?” (Carl Jung)
Aspectos inconscientes da nossa personalidade atuam muitas vezes como o condutor do carro. Isso acontece quando o nosso ego perde o controle e damos lugar a um complexo autônomo, ou seja, independente da nossa vontade. Muitas vezes, essa parte misteriosa e desconhecida da nossa personalidade aparece em sonhos, na imagem de personagens desconhecidos que nos causam estranheza, e no entanto, estão lá atuando no contexto onírico para que possamos conhecê-los de alguma forma.
Conhecer a linguagem do inconsciente é um caminho para integrar aspectos sombrios e desconhecidos, para que possamos conduzir a nossa vida com mais consciência. O símbolo é a imagem que faz a ponte entre o nosso inconsciente e a nossa consciência. Por isso, os sonhos são carregados de significados simbólicos, assim como nossa expressão espontânea conduzida no processo arteterapêutico. Usamos a arte para materializar imagens, explorando sentimentos, sensações e reflexões que nossas produções podem despertar. Dessa forma, muitos insigths podem surgir para que enfim conheçamos os aspectos misteriosos da nossa personalidade que nos levam a agir em desacordo com o nosso desenvolvimento saudável.
Tati Terres