A Arteterapia nos conecta com as possibilidades criativas e a imaginação. E nesse processo, vamos desvelando um universo que existe dentro de nós. É um caminho de autoconhecimento que nos ajuda no árduo processo de individuação, descrito por Jung.
Valerá a pena o árduo trabalho da individuação? Aqueles que não se diferenciam permanecem obscuramente envolvidos numa trama de projeções, confundem-se, fusionam-se com outros e deste modo são levados a agir em desacordo consigo, com o plano básico inato de seu próprio ser. E é este “desacordo consigo mesmo que constitui fundamentalmente o estado neurótico”. Prossegue Jung: “A libertação deste estado só sobreviverá quando se pode existir e agir de conformidade com aquilo que é sentido como sendo a própria verdadeira natureza”. Este sentimento será de início nebuloso e incerto mas, à medida que evolui o processo de individuação, fortalece-se e afirma-se claramente. Então o homem poderá dizer, ainda que em meio a dificuldades externas e internas, ainda reconhecendo que nenhuma carga é tão pesada quanto suportar a si mesmo: “Tal como sou assim eu ajo”. (Nise da Silveira – Jung Vida e Obra)
O árduo trabalho da individuação é um caminho que desconstrói muitas das nossas crenças entorno da nossa autoimagem – nossas ideias, pensamentos, sentimentos são verdadeiramente nossos, ou são absorvidos de uma coletividade a qual nos identificamos? Se não acessamos as imagens internas que constroem a nossa identidade e colocamos no mundo através do esforço da vontade, é possível que outros criem por nós a imagem do que devemos ser e nós apenas executamos. Sabemos que muitos ganham com a inconsciência da coletividade. Assim é possível construir os padrões de comportamento que mais servirão aos interesses egoístas de maus líderes, por exemplo.
A Arteterapia nos conecta com as possibilidades criativas e a imaginação. E nesse processo, vamos desvelando um universo que existe dentro de nós. É um caminho de autoconhecimento que nos ajuda no árduo processo de individuação, descrito por Jung. Para que o nosso ser possa realizar-se a partir da sua natureza inata. Aquela que se materializa no mundo na construção da nossa identidade, nas escolhas que fazemos, na forma que nos expressamos e nos relacionamos com os outros.
Tati Terres