“Esse predador pode surgir na forma de um homem externo, mas que só mostra a situação interior dessa mulher.”
Hellen Reis Mourão
O Barba Azul é um conto de Charles Perrault. E traz o conceito do predador que existe na psique de toda mulher. O famoso animus negativo, que destrói e mata toda a criatividade, toda vida, todo sentimento, autoestima e até pode levar a morte física. Esse predador aparece quando a mulher precisa se resolver com a sua ingenuidade.
Essa ingenuidade está associada ao desejo, que a maioria das mulheres possui, de salvar o homem. “A barba dele nem é tão azul”, diz a moça ingênua. Algo que muitas mulheres dizem: “Ele me ama, vou relevar!”; “Ele tem coisas positivas!”; “Talvez eu é que esteja errada!”. Mas a barba azul está lá, bem visível. Impossível de esconder.
A ingenuidade está na inexperiência, na infantilidade, na ignorância. Muitas estão tentando receber o amor que não teve na infância, ou muitas estão ignorantes com relação ao seu próprio valor. Ignoram quem são e o que realmente precisam. O Barba Azul é aquele lado nosso, que acaba com a nossa segurança, que mina a nossa intuição, que faz a mulher desacreditar de si mesma.
Esse predador pode surgir na forma de um homem externo, mas que só mostra a situação interior dessa mulher. Sentir-se presa, vitimizada, deprimida, perder o interesse pela vida, sentir dor ou pressão nas costas e no ombro, não conseguir respirar, pescoço travado, dor de cabeça, frigidez, ruminação, são sintomas desse ataque interno.
O que a mulher precisa é ter coragem de olhar a criatividade que morreu ou está agonizando. O predador é um grande iniciador, que pode conectar a mulher novamente com sua essência. O que em você agoniza e precisa do seu olhar? Quais são os ossos que estão escondidos?
Texto: Hellen Reis Mourão