Imagem: Alex Levin
O carnaval tem origem na antiguidade, com festas aos deuses e a permissão para inverter a ordem social. Dessa forma, era permitido que a nobreza se misturasse à população. Pessoas podiam trocar de identidade, ou omiti-las com o uso de máscaras, “Em Veneza, os nobres usavam máscaras para poder desfrutar da festa junto ao povo e manter sua identidade oculta”.
É interessante notar a manifestação arquetípica dos registros mais antigos da humanidade, na sociedade contemporânea. Pensamos nas máscaras como personas arquetípicas que vivenciamos na nossa interação com o mundo. Atuamos através das diversas representações sociais que exercemos, somos amigos, parceiros afetivos, professores, mães, pais, filhos ou qualquer outro papel que desempenhamos na relação com o outro.
O fenômeno observável que podemos levar à reflexão é que a data carnavalesca sugere o dia da permissão, e dentro desse conceito pode-se experimentar vestir outra persona, ou manifestar desejos que possivelmente seriam reprimidos em outras circunstâncias, com ou sem efeito de alguma droga, lícita ou ilícita. A experiência pode ser vivenciada de forma bem inconsciente, ou podemos ter acesso a um certo prisma de consciência.
Você já parou pra pensar nas diversas máscaras sociais que usamos no nosso dia-a-dia? Você as usa, ou elas usam você? Quem é você por trás da máscara?
Na Arteterapia, podemos trabalhar com as máscaras. É uma ferramenta que nos permite ampliar a consciência sobre nossas representações sociais. É possível usá-las de forma consciente, nos diferenciando delas. Quando colamos em uma determinada máscara, podemos passar uma vida inteira representando um papel, identificados a tal ponto que desconhecemos quem somos por trás da máscara.
Reconhecer como agimos nas nossas relações, através das nossas personas, e trazer à consciência aspectos sombrios que elas podem esconder, é uma oportunidade de melhorar nossa relação com as pessoas e com o mundo.
Tati Terres