Pintura: Dimitra Milan

 


“Amo a solidão na mesma dimensão que amo conviver com as pessoas. Ambas são importantes e indispensáveis práticas evolutivas. A solidão, no mergulho do conhecimento do ser, ensina a se tornar solidário, jamais solitário. O lobo solitário, em verdade, é o lobo que, ao fugir de si mesmo, se perdeu da alcateia. Ao encontrar-se consigo achará um grupo para conviver. Tudo que sei apenas se revela no que sou. O que sou se traduz somente naquilo que eu aplico em minhas relações. Eu me curo à medida que consigo compartilhar o melhor que existe em mim para que floresça o melhor que há em todos. Esta é a medicina do lobo.” Yoskhaz, in “A Medicina do Lobo”.


 

O movimento de introversão nos leva ao mergulho interno, tão importante para nosso processo de individuação, para não sermos arrastados pelas correntes coletivas sem um pensar reflexivo, genuíno, autêntico. Estar em si, em um movimento de introspecção e introversão é um exercício de autoconhecimento. O autoconhecimento se transforma em sabedoria quando na relação com o outro podemos agir de acordo com o que acessamos de conhecimento nesse processo evolutivo.

A extroversão nos coloca no movimento de aprender com o outro, de ação e construção no mundo, e para a alteridade. Saímos da nossa ilha para a conexão humana, tão importante para aprendermos sobre amor, pertencimento, realização. Apesar de termos um tipo de funcionamento nato, mais voltado para a introversão ou para a extroversão, podemos exercitar colocarmos nossa energia em um movimento de introversão, quando percebemos que não estamos habitando nosso espaço interno, ou colocarmos nossa energia em um movimento de extroversão quando estamos excessivamente enclausurados dentro de nós mesmos, nos abrindo mais para o mundo externo, para as relações e o nosso entorno.

 

Tati Terres

 

 

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