Imagem: pinterest

 


Você não negligencia seus limites e seu espaço sagrado em nome de um perdão destorcido. Se libertar do ressentimento e ter até mesmo compaixão pelo outro não significa manter a estrutura do problema. O perdão é uma atitude interna, a elaboração de conteúdos que nos causam sofrimento, é compreender a limitação do outro e seguir livre de expectativas. É preciso respeitar os passos, dizer os “nãos” necessários, e se libertar da culpa e da crença de que não somos bons se estabelecemos limites.


 

A autora Clarissa Estés, no livro Mulheres que correm com os lobos, descreve o perdão como um processo de quatro estágios:

“1. Deixar passar – deixar a questão em paz. Deixar de pensar provisoriamente na pessoa ou no acontecimento. Isso ajuda a evitar que fiquemos exaustas, permite que nos fortaleçamos por outros meios, que tenhamos outras alegrias na vida.

2. Controlar-se – renunciar à punição. Controlar-se significa ter paciência, resistir, canalizar a emoção. Ao evitar punições desnecessárias você estará reforçando a integridade da alma e da ação.

3. Esquecer – afastar da memória, recusar-se a repisar o assunto, recusar-se a mergulhar em recordações.

4. Perdoar – o abandono da dívida. É uma decisão consciente de deixar de abrigar ressentimento, o que inclui o perdão da ofensa e a desistência da determinação de retaliar. É você quem resolve qual é a dívida que agora afirma não precisar ser paga. O perdão é onde vão culminar toda a abstenção, o controle e o esquecimento. Não significa abdicar da própria proteção, mas da própria frieza.

Como sabe que perdoou? Você passa a sentir tristeza a respeito da circunstância, em vez de raiva. Você passa a sentir pena da pessoa em vez de irritação. Você passa a não se lembrar de mais nada a dizer a respeito daquilo tudo. Você compreende o sofrimento que provocou a ofensa. Você prefere se manter fora daquele meio. Você não espera por nada. Você não quer nada.”

Você não negligencia seus limites e seu espaço sagrado em nome de um perdão destorcido. Se libertar do ressentimento e ter até mesmo compaixão pelo outro não significa manter a estrutura do problema. O perdão é uma atitude interna, a elaboração de conteúdos que nos causam sofrimento, é compreender a limitação do outro e seguir livre de expectativas. É preciso respeitar os passos, dizer os “nãos” necessários, e se libertar da culpa e da crença de que não somos bons se estabelecemos limites.

 

Tati Terres

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *