“A prática da Arteterapia facilita a decodificação (entendimento) do mundo interno, a subjetividade, através do confronto que o sujeito criador e gerador das imagens faz com suas configurações, possibilitando a consciência de seus conteúdos, dado, primeiramente, pela análise dos elementos que a constituem. Quando um sujeito ‘reage’ confrontando-se com um símbolo objetivado, ele transforma essa realidade simbólica e se transforma concomitantemente, possibilitando a passagem de energia de um nível a outro, pelo desenvolvimento da criatividade”. (URRUTIGARAY)
O que torna um sujeito criativo não é especificamente um dom em particular. Vamos ampliar o conceito de criatividade – criativo não é apenas aquele que cria produções artísticas com alto aprimoramento estético, mas todo indivíduo que exercita seu potencial imagético para criar outras vias de construção para diferentes áreas da vida. Pessoas criativas têm facilidade de adaptação, inovando e transformando os recursos disponíveis em outras realidades.
A criatividade nasce de algo genuíno da pessoa, por isso reconhecemos a singularidade de quem a expressa como uma “marca pessoal”, que carrega a subjetividade de quem produz algo. Nesse ponto, a Arteterapia lança seu olhar para o simbólico das produções. Ao confrontar suas próprias imagens internas, materializadas no recurso expressivo, e disponibilizado no espaço terapêutico, há a possibilidade de tornar consciente conteúdos internos que precisam ser olhados e ressignificados.
A Arteterapia é uma oportunidade que nos leva ao exercício criativo e ao autoconhecimento. Das definições mais belas que tentam conceituar a arte, ficamos com aquela que nos diz que “A Arte é o espelho da Alma”.
Tati Terres